A Lenda do Pai do Mato
- Viktor Gracchia
- 1 de jul. de 2019
- 3 min de leitura
Pai do Mato ou Pai da Mata é um fantástico ser do folclore brasileiro que segundo as lendas habita os bosques e florestas, é visto como um bicho enorme, segundo a lenda possui o corpo coberto de pelos e as mãos semelhantes à dos macacos, no rosto a uma barbicha bem vistosa na cor negra, tendo seu nariz na cor azul, muitas vezes também é visto com cabelos enormes, unhas de 10 metros e orelhas de cavaco (tem uma grande semelhança entre os Faunos e Sátiros).

Em toda história contada por caçadores e pescadores, o que tem em comum é o seu urro e sua risada estrondosa que ecoa por toda a mata a noite, assim como costuma andar com grupos de Caititus (porco do mato), onde utiliza o maior animal como montaria, segundo contam poucas pessoas que já o viram (dizem que ele não gosta de ser visto e por isso raramente aparece), ele é defensor das matas, bosques e principalmente os animais e que se for preciso protegê-los, engole até gente.
Dizem também que o Pai do Mato tem o corpo fechado, razão essa que balas e facas não o matam, seu ponto fraco é no umbigo (exatamente no centro de uma roda “frágil” que ele tem em volta), mas como é difícil vê-la, é quase impossível pensar que alguém possa sequer imaginar em acertá-lo, se tornando praticamente um ser imortal, outra de suas características exóticas é o fato de sua urina ser azul, assim como o seu nariz.
Por raramente aparecer ao homem, quando alguém lhe atravessa na estrada ou mata, ele não retrocede, e com muita coragem, procura dar cabo do obstáculo que se opõe a ele (fato esse confirmado por mim, já que tive um contato semelhante a esse em minha cidade, em uma estrada de terra, deixarei esse relato para outra hora, se assim alguém desejar).

Segundo a lenda, a história do Pai do Mato foi contada pela primeira vez por um caçador que diz tê-lo visto no meio da floresta onde estava caçando, ficando apavorado por muitos dias, contou ele que o “monstro” era uma coisa descomunal e parecia não ser deste mundo, pois era metade gente e metade bicho, não sabia descrever realmente como era de tão assombrado que estava, daquele dia que este caçador viu o Pai do Mato, a lenda se espalhou por todas as regiões vizinhas, muitos outros caçadores também diziam tê-los visto e que a função dele dentro das florestas era de espantar os animais para não serem caçados pelos caçadores, se fosse uma pessoa normal passando pela mata, não o viria, só o viam aqueles que portavam armas de fogo e que tinha intenção de matar os animais selvagens.
Um fato curioso que as pessoas talvez não saibam é que esta lenda possui uma versão bastante interessante dentro da cultura dos índios Paresí ou Parecis (uma reserva indígena no oeste do estado do Mato Grosso), a primeira descrição da lenda do Pai do Mato, entre estes indígenas, data do início do século XX, mais precisamente 1912 e foi feita pelo pesquisador Roquette-Pinto, em uma série de publicações e gravações denominadas “Ualalocê”, quem também citou o Pai do Mato como figura lendária entre os Parecis foi o poeta modernista Mário de Andrade, na música em 1930, Villa-Lobos apresentou o Pai do Mato, Ualalocê e Kamalalô no Rio de Janeiro.

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